terça-feira, 6 de outubro de 2009

Paisagens Pos urbanas

A introdução de uma nova arquitetura informativa modifica a nossa percepção da paisagem e a nossa forma de interagir com o território.

Com o advento das redes digitais e da hibridação entre informação e territórios, a partir do desenvolvimento dos sistemas informativos geográficos (G.I.S.), são subvertidas e suspensas todas as concepções ligadas ao morar, ao residir e a todas as formas arquitetônicas ou geográficas que descrevem o habitar através das categorias dialéticas de distância-proximidade, de centro-periferia, de interno-externo.

Uma nova forma de habitar se nos apresenta na época contemporânea, na qual o sentido do lugar e o “genius loci” não são mais apenas realidades físicas e geográficas, mas, também, experiências informativas e mutantes, redefinidas constantemente pelo advento de um fluxo informativo provocado pelo aperto de um play ou de um off.

O significado do fim da experiência urbana, mais do que indicar as crises das dimensões sociopolíticas e arquitetônico-administrativas que, depois da cidade, marcam também as metrópoles contemporâneas, aponta para a direção de uma progressiva pluralização do território gerada pelas mídias que, primeiro com a leitura, depois, com a eletricidade – através da reprodução técnica da paisagem criada pelo cinema e pela TV – e, finalmente, com o advento das redes digitais, produz a progressiva perda do significado único do espaço e a transformação qualitativa das práticas habitativas. A recente introdução dos ecossistemas informativos e dos mundos virtuais, não apenas passou a reproduzir ambientes atravessáveis somente mediante formas de interações técnicas, mas, também, motivou o questionamento do conceito de espaço e do significado do habitar.

Superando as percepções arquitetônicas e topográficas, o livro propõe uma interpretação teórica midiática e comparativa do habitar, aprofundando os seus possíveis significados a partir das interações e das articulações que mídia, sujeito e território passam a desenvolver entre si, em épocas tecnológicas diferentes e no interior de distintas arquiteturas comunicativas.

O conceito de habitar é, portanto, apresentado como um conceito estratégico para pensar as transformações que interessam não apenas a época e as sociedades atuais, mas, também, a nossa condição perceptiva e a nossa forma de sentir. No estudo das relações entre tecnologia comunicativa e ambiente, entre mídia e “natureza”, reside essa importante chave interpretativa das transformações e dos desafios da época pós-urbana.


sexta-feira, 27 de março de 2009

Não-ação

"Nem em casa, nem fora, nem ida, nem volta, nem pátria, nem exílio, nem tradição, nem inovação, nem passado, nem futuro, mas transição, translação, tradução, transmissão, trânsito, no espaço, no tempo, na psique, na linguagem, na sexualidade, na sociedade
(...) Em cada lugar está tudo o que deveria estar, porque existe a coisa mais importante: o presente.